1 de abril de 2009
Metade da vida
Peras amarelas
E rosas silvestres
Da paisagem sobre a
Lagoa.
Ó cisnes graciosos,
Bêbedos de beijos,
Enfiando a cabeça
Na água santa e sóbria!
Ai de mim, aonde, se
É inverno agora, achar as
Flores? e aonde
O calor do sol
E a sombra da terra?
Os muros avultam
Mudos e frios; à fria nortada
rangem os cata-ventos.
______
HÖLDERLIN, Friedrich. Metade da vida. In: BANDEIRA, Manuel. Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1993. p. 401.
[tradução de Antonio Cicero]
Com peras amarelas suspende-se,
Plena de rosas silvestres,
A terra sobre o lago,
Ó cisnes graciosos,
E, bêbados de beijos,
Mergulhais a cabeça
Na água santa e sóbria.
Ai de mim, onde, se
É inverno, achar as flores, e onde
A luz do sol
E as sombras da terra?
Os muros estão
Mudos e frios, ao vento
batem as bandeirolas.
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