21 de julho de 2015

CAMUS, Albert. Esperança do mundo: cadernos (1935-37). [trad. Rafael Araújo & Samara Geske]. São Paulo: Hedra, 2014. p. 56.

      AGOSTO DE 37 - Sempre que escuto um discurso político ou que leio aqueles dos que nos governam, fico impressionado com o fato de, depois de anos, não ouvir nada que traduza um som humano. São sempre as mesmas palavras que dizem as mesmas mentiras. E que os homens se acomodem, que a raiva do povo ainda não tenha derrubado os marionetes [sic], eu vejo nisso a prova de que os homens não dão nenhuma importância ao seu governo e que eles brincam, sim, realmente brincam com uma parte de suas vidas e de seus interesses supostamente vitais.

CAMUS, Albert. Esperança do mundo: cadernos (1935-37). [trad. Rafael Araújo & Samara Geske]. São Paulo: Hedra, 2014. p. 51.

      JULHO DE 37 - O aventureiro. Tem o sentimento claro que não há mais nada a fazer em arte. Nada de grande ou novo é possível - ao menos nessa cultura do Ocidente. Só resta a ação. Mas quem tem uma grande alma só parte para a ação com desespero.