27 de maio de 2016

Canção do dia de sempre


Tão bom viver dia a dia...
A vida, assim, jamais cansa...

Viver tão só de momentos
como essas nuvens do céu...

E só ganhar, toda a vida,
inexperiência... esperança...

E a rosa louca dos ventos
presa à copa do chapéu.

Nunca dês um nome a um rio:
sempre é outro rio a passar.

Nada jamais continua,
tudo vai recomeçar!

E sem nenhuma lembrança
das outras vezes perdidas,
atiro a rosa do sonho
nas tuas mãos distraídas...

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QUINTANA, Mário. Canção do dia de sempre. In: FERRAZ, Eucanaã. A lua no cinema e outros poemas. São Paulo: Companhia das Letras, 2011. p. 124.