15 de janeiro de 2018

LXI

      Paz, ó meu coração, para que seja doce a hora do adeus; para que não seja uma morte, e sim o cumprimento de um destino.
      Vivamos da saudade do nosso amor, transformando em canções a nossa dor.
      Termine aquela fuga alta pelo céu num quieto fechar de asas sobre o ninho.
      Seja doce como a flor que se abre de noite o nosso derradeiro aperto de mão.
      Espera um pouco mais, lindo fim do nosso amor: e dize-nos, no silêncio, as tuas últimas palavras!
      Eu me inclino e levanto a minha lâmpada para alumiar o teu caminho.

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TAGORE, Rabindranath. O jardineiro. [trad. Guilherme de Almeida]. Rio de Janeiro: José Olympio, 1943. p. 91.

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