Paz, ó meu coração, para que seja doce a hora do adeus; para que não seja uma morte, e sim o cumprimento de um destino.
Vivamos da saudade do nosso amor, transformando em canções a nossa dor.
Termine aquela fuga alta pelo céu num quieto fechar de asas sobre o ninho.
Seja doce como a flor que se abre de noite o nosso derradeiro aperto de mão.
Espera um pouco mais, lindo fim do nosso amor: e dize-nos, no silêncio, as tuas últimas palavras!
Eu me inclino e levanto a minha lâmpada para alumiar o teu caminho.
______
TAGORE, Rabindranath. O jardineiro. [trad. Guilherme de Almeida]. Rio de Janeiro: José Olympio, 1943. p. 91.
15 de janeiro de 2018
13 de janeiro de 2018
LXXIX
Pergunto-me, muitas vezes, até que ponto podem reconhecer-se o homem e o animal que não fala.
Por que primitivo paraíso, na manhã longínqua da criação, teria passado o caminho em que os seus corações se encontraram?
Embora tenha ficado esquecido por muito tempo o seu parentesco, não se apagaram os traços da sua constante união.
E é de repente que, numa harmonia silenciosa, surge uma saudade confusa: e o animal olha com uma confiança enternecida o rosto do homem, e o homem baixa sobre o animal os olhos cheios de uma ternura risonha.
Parece que os dois amigos encontram-se mascarados e se reconhecem vagamente sob o seu disfarce.
______
TAGORE, Rabindranath. O jardineiro. [trad. Guilherme de Almeida]. Rio de Janeiro: José Olympio, 1943. p. 119.
Por que primitivo paraíso, na manhã longínqua da criação, teria passado o caminho em que os seus corações se encontraram?
Embora tenha ficado esquecido por muito tempo o seu parentesco, não se apagaram os traços da sua constante união.
E é de repente que, numa harmonia silenciosa, surge uma saudade confusa: e o animal olha com uma confiança enternecida o rosto do homem, e o homem baixa sobre o animal os olhos cheios de uma ternura risonha.
Parece que os dois amigos encontram-se mascarados e se reconhecem vagamente sob o seu disfarce.
______
TAGORE, Rabindranath. O jardineiro. [trad. Guilherme de Almeida]. Rio de Janeiro: José Olympio, 1943. p. 119.
Assinar:
Postagens (Atom)