Incapaz de dominar suas mais mesquinhas paixões, sem controle do próprio egoísmo, tolo, tonto, sofrido, inseguro e criminoso, o homem lança suas derradeiras ambições para a posteridade, quando será imantado numa glória a que não assistirá, mitificado naquilo que nunca foi. E sua ânsia de nobreza é colocada em ser esplêndido em cinzas, faustoso em túmulos, solenizando a morte com incrível esplendor, transformando em cerimônia e pompa toda a estupidez de sua natureza.
1 de julho de 2025
FERNANDES, Millôr. Livro vermelho dos pensamentos de Millôr. Rio de Janeiro: Nórdica, 1974. p. 156.
Quando Carlyle afirmou que o "o homem é o único animal que ri" não fazia com isso uma mera constatação biológica. Biologicamente a hiena também ri. Fazia uma constatação psicológica e social. Seu erro era apenas admitir o riso como uma qualidade humana, quando é um defeito. O homem, da maneira porque vive, não tem do que rir. Por isso, à frase de Carlyle, deve-se acrescentar: "E é rindo que ele mostra o animal que é".
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