18 de maio de 2012

Hora grave

Quem chora agora em algum lugar do mundo,
         sem razão chora no mundo,
         chora por mim.

Quem ri agora em algum lugar da noite,
         sem razão se ri na noite,
         ri-se de mim.

Quem anda agora em algum lugar do mundo,
         sem razão anda no mundo,
         vem pra mim.

Quem morre agora em algum lugar do mundo,
         sem razão morre no mundo,
         olha pra mim.


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RILKE, Rainer Maria. Poemas. [trad. José Paulo Paes]. São Paulo: Companhia das Letras, 2012. p. 83.

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