5 de outubro de 2024

ONFRAY, Michel. A política do rebelde: tratado de resistência e insubmissão. [trad. Mauro Pinheiro]. Rio de Janeiro: Rocco, 2001. p. 79.

A religião do trabalho fez do desempregado um mártir. O fervor que ela exige e os sacrifícios que espera transformaram os solicitantes de emprego em pecadores e em penitentes que podem obter o perdão e a salvação à medida que merecerem e receberem uma redenção à custa da impassibilidade e da submissão às necessidades das leis, se não da fatalidade, pelo menos de um mercado que faz reinar seu terror por meio da penúria organizada do trabalho no lugar da partilha.

ONFRAY, Michel. A política do rebelde: tratado de resistência e insubmissão. [trad. Mauro Pinheiro]. Rio de Janeiro: Rocco, 2001. pp. 72-3.

O diploma atesta e certifica a utilização correta da razão, quer dizer, sua execução segundo os costumes sociais confirmados, mas certamente não em virtude da pura inteligência ou da inventividade radical.

ONFRAY, Michel. A política do rebelde: tratado de resistência e insubmissão. [trad. Mauro Pinheiro]. Rio de Janeiro: Rocco, 2001. p. 72.

Os velhos e as velhas, aos quais são negados todos os direitos salvo o de ser ainda consumidor e gastar de sua aposentadoria no jogo social consumista, sofrem progressivamente a privação de toda arrogância permitida aos jovens: sem sensualidade, nem sexualidade triunfante, uma vida privada que se quer modesta e discreta. Empurrados docilmente em direção à saída, os afagamos, conservamos e veneramos, desde que reciclem suas economias dentro da máquina social.