3 de abril de 2011

      Não há razão para escrevermos um livro se não o pretendermos grande. Desde que aprendi a ler e comecei a escrever histórias o fiz por vaidade - é nisso que o homem se resume, em vaidade e autopiedade -, mas inconscientemente pretendia também dizer aos outros: olhem, eu observei, comparei e cheguei a uma conclusão. Escrevendo, enriqueço meu espírito, aprendo sobre mim mesmo e, aprendendo sobre mim mesmo, apreendo vocês e o mundo. Claro que eu não pensava nisso desse jeito. Tudo estava - como está até hoje - muito confuso.


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WOLFF, Fausto. A milésima segunda noite. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005. p. 7.

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